Aline Accioly Sieiro - Psicanalista

Categoria: Pessoal (Page 2 of 5)

Uma mente brilhante

Eu choro toda vez que assisto esse filme. Alias, chega uma hora que não paro mais de me emocionar. É muito bonito ver o trabalho de uma pessoa tentando se livrar de seu sintoma, de suas loucuras.

O filme fala de uma esquizofrenia, mas é possivel fazer um paralelo com o trabalho de análise. Como ele, chegamos num ponto em que sabemos do nosso sintoma, mas simplesmente não conseguimos nos livrar dele. Porque sempre tem algo bom junto. A cena que ele se despede do amigo e da menina e diz: Olha, você foi um grande amigo, mas não vou mais conversar com você. Essa cena mostra o exato momento no qual ele decide não mais se deixar levar pelas coisas boas do seu sintoma. Mas o sintoma não o deixa. Continua com ele ate o fim da vida. E assim é também a análise. O Sintoma nunca nos deixa, fica sempre junto com a gente. O que fazemos e não nos deixar enloquecer por ele.

Uma outra cena, em que ele insistentemente vai para a faculdade, e todos o acham estranho, todos tiram sarro dele. Mas mesmo assim ele persiste. E não é assim com todos nós, quando vamos procurar um psicólogo, as pessoas a nossa volta não entendem, não concordam e acham isso estranho. Mas insistimos para que algo de bom aconteca no final.

Me emociono toda vez que vejo esse filme porque acho bonita a luta dele contra ele mesmo. E isso também é muito bonito de se ver em análise. Brigramos o tempo inteiro com coisas que estão dentro de nós mesmos. E como é dificil essa luta. E como é bonita e recompensante no final.

pensamentos aleatórios

Muitos filmes estão ai pra nos mostrar que uma simples escolha pode mudar todo o rumo de nossas vidas. Uma única escolha pode arruinar ou melhorar um vida. E não só uma vida, mas também as vidas próximas as nossas. Provavelmente esses são os filmes que eu mais gosto. É assim com Vanila Sky, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, The nines, Infidelidade, Pecado Original, entre outros.

 

Mas além disso, são filmes que falam também da força do amor, de como o amor pode nos salvar de certos erros, ou de como o amor de alguém por nós pode nos salvar das nossas escolhas erradas. E falam também de como a gente pode estragar de vez um amor com nossas escolhas erradas, mas sempre é possivel recomeçar.

 

O amor tudo perdoa? O amor nos cega e nos deixa inocentes e idiotas, ou nos deixa superior as coisas pequenas?

 

Acho que pra pensar essas questões, nada melhor do que pensar, por exemplo, nos amor de pai pra filho. A mãe, tudo perdoa? (sim, mesmo quando é dificil, ela é ainda a única que entende, ou tenta entender). A mãe fica cega ou é na verdade superior as coisas que o filho faz? Nenhuma mãe é cega, só finge que não vê. E pelos filhos faz tudo mesmo, tudo que for possivel. Só que nem todas mães e pais são assim. Existem aqueles que naturalmente não colocam os filhos nessa posição de amor incondicional, ou mesmo não os colocam na frente de si mesmos. São aqueles que tem dificuldade em se colocar em segundo plano. Porque pra estes, eles são mais importantes do que qualquer pessoa, em primeiro lugar sempre eles. Provavelmente porque têm uma dificuldade em perceber que não são o centro do mundo (como diria Lacan, não sao o falo nem da mãe e nem de ninguém). Assim, precisam se colocar em primeiro lugar, já que se colocar em segundeo seria como uma humilhação (tipo, nem eu me coloco em primeiro, quem me colocará?)

 

Dai a gente pode pensar mil coisas sobre esse tipo de pessoa na vida amorosa. Porque se pra essa pessoa se colocar em segundo lugar é intoleravel, ou humilhante, esta pessoa pode sim considerar-se incapaz de perdoar, de enxergar mais adiante, de ser maior do que as pequenas coisas. Esta pessoa achará um absurdo coisas tão menores quando se trata de amor. Esta pessoa não perdoará os minimos erros do outro, porque na verdade não perdoa a si mesmo quando erra. Não admite o erro do outro porque não admite seus proprios erros. Não consegue entender que as pessoas pensam de formas diferentes porque no seu narcisismo não consegue entender que o mundo é maior do que sua cabeça pode aguentar entender.

 

 

Todos deviam ler o livro O Carrasco do Amor, de Irvin Yalom. Dá pra gente tentar se colocar um pouco no lugar do outro, e ver que uma coisa terrivel, aos olhos de um, não é tão terrivel e totalmente compreensivel aos olhos do outro. E tudo tem um porque, mesmo que a gente não consiga ver. E ninguém é 100% ruim ou 100%. Só porque erra feio de vez em quando não significa que não ter carater, pelo contrário, pode ter, e muito mais do que alguém que tenta parecer ser sempre bom.

DR

Porque a gente fica triste, mas também fica feliz.
Porque quando uma coisa dá errado, outra dá certo.
Porque a gente chora, mas também ri.
Porque a gente erra, mas uma hora acerta.

RIB

Hoje eu fui ao banco e percebi que as pessoas ainda tem o habito de ir ao banco todo mes pagar suas contas. Por que???? Acho que tinha um ano que eu não ia ao banco, pagar conta então, nem me lembro qual foi a última vez.

 

Com tanta tecnologia, porque as pessoas ainda ficam uma hora meia na fila toda semana pra pagar conta??

 

Momento musical

As melhores baladas EVER:

1. Rui da Silva – Touch me
http://www.youtube.com/watch?v=eaNc0PrSsoY
(essa além de boa é sexy pra caralhoOO e dá muuuita vontade de sair de balada)

2. Yanou – On and on
http://www.youtube.com/watch?v=GllUHVz9Ta4
(essa foi a música da minha vida por uns tres anos, mas agora continua sendo muito boa de escutar, e dá vontade de dançar muuuuito)

3. ATB – Extasy
http://www.youtube.com/watch?v=f5XwSfE2lhE

4. Kosheen – Catch
http://www.youtube.com/watch?v=02exfOzdQOI
(essa música até hoje me dá muito animo e energia quando to cansada)

5. Angel Moon – He´s All I want
http://www.youtube.com/watch?v=GoANJie1sVY
(essa deu trabalho pra achar, pq é velhinha mas é FOFAAAA)

6. Kriss Greko – Surrender
(eu simplesmente AMO essa música, e não achei ela em lugar nenhum, nem no youtube, nem no lastm, é o FIM DA PICADA. Alguém acha por favor?)

7. Sono – Keep Control
http://www.youtube.com/watch?v=6VlSZhD71q8&feature=related
(essa é pra escutar depois de usar algum tipo de droga, ou ter bebido, pq a musica parece que pôe vc em transe…)

8. The Horrorist – One night in NYC
http://www.youtube.com/watch?v=oVgjC5Gw8y0
(essa é pra escutar indo pra balada, a letra é malucaaaaaaa)

9. Tamia – Stranger in the house
http://www.youtube.com/watch?v=7hWdpOh9qxY
(musica que marcou pra mim minhas primeiras baladas gay)

Agora preciso de boas baladas novas!!!!!!! Quero indicações!!!!!

Narciso

Quando comecei a escrever esse blog, eu queria um espaço pra escrever minhas maluquices, minhas divagações. As vezes fico pensando o quanto isso é narcisista, como se existessem pessoas que quisessem ler as MINHAS divagações, como se elas pudessem servir pra alguma coisa na vida de alguém, afinal que sou eu pra servir de exemplo de alguma coisa pra alguém.

 

Dai eu vejo por ai muitos blogs sensacionais, que discutem questões maravilhosas como politicas, sociais, ou mesmo de entretenimento como musica, cinema, etc. Essas pessoas sim tem o que acrescentar ao mundo da internet, penso eu. São os tipos de texto que você ler e quer comentar, quer discutir, quer refletir junto.

 

Mas, sabe, meu blog não tem somente a pretenção egóica não. Primeiro porque minha formação é psicanálítica, ou seja, eu de fato acredito que é falando sobre nada que se fala sobre tudo. É dizendo de si que se pode dizer do outro. E é nessa interação que as pessoas podem encontrar também mais de si mesmas. Muitas vezes, lendo as divagações e reflexões de outros, a gente se acha também, percebemos com as nossas questões mais intimas tem muito em comum com as questões dos outros, e como muitas vezes aumentamos demais uma coisa que é pequenininha.

 

Meu intuíto, além de escrever minha pequenas tolices, também é aquele esperança de todo psicanalista, de tocar alguém com o que digo, nem que seja um em um milhao. E como todo psicanalista, nunca vou saber se consegui, mas só de saber que posso tentar,e que isso também é bom pra mim, e pode ser bom pra alguém, eu continuo.

 

Metro – Parte II

Na ida ela sentiu um enjoozinho bem fraco. Mas o metrô tava meio vazio, então ainda ventilava bastante e tinha bastante espaço livre. Na volta é que foi o problema. Começou com o aumento do enjôo. Ai começou uma tontura, dor de cabeço, ouvidos queimando. Ai veio a fraqueza, a pressão baixou. E ai veio o desespero de querer sair logo dali. Mas ela é controlada, entao ficava contando quantas estações faltava pra chegar a dela. Mas o metro estava cheio, faltava ar, e espaço livre.

 

Ainda bem que não demorou muito. Foi só sair e receber um pouco daquele ar gelado no rosto que as coisas ja começaram a melhorar.

 

Acho que ela anda com um pouco de fobia de muita gente desconhecida junta e apertada… vai saber.

Metro – Parte 1

Ela tinha uns dezessete anos no máximo. Estava esperando alguém chegar. Quando ele chegou, foi fácil perceber, porque ela abriu um sorriso que mais parecia um abraço. Eles se abraçaram ali mesmo, com a catraca no meio. E se beijaram, e continuaram abraçados conversando.

Depois de alguns minutos, ela decidiu que era hora de pegar o bilhete na mochila, e passar a catraca. E os dois, ainda abraçados, entraram no metro. Os dois com aquele rosto que só gente apaixonada tem.

Pouco sobre nada

Tenho saudades do que nunca existiu.

Gostaria de ter o que ainda não foi inventado e provavelmente nem será.

Sinto que os dias passam como se eu estivesse sentada em frente ao relógio, vendo a hora passar de forma acelerada.

O que fazer quando as coisas perdem a magia?

 

A gente passa a vida tentando se reinventar, tentando achar em alguma outra coisa nova aquilo que se perdeu em nós mesmos. Por que existir se torna tão dificil? Ser nós mesmos parece a coisa mais dificil que já nos pediram pra fazer. Afinal, que somos nós? Pra onde vamos, o que queremos?

 

A única certeza é que não temos certeza de nada, nada é absoluto. E essa é a pior certeza pra se ter, porque parece que tudo se esfarela nas mãos.

 

A vida se resume a ver tv, cuidar da casa, cuidar do dinheiro, trabalhar, viajar de vez em quando, encontrar uns amigos, lembrar que ainda está viva, dormir, acordar e começar tudo de novo.

 

Pra ser feliz, todo mundo precisa ser um pouco triste.

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