Aline Accioly Sieiro - Psicanalista

Categoria: Sexualidade (Page 3 of 4)

Feminilidade e Maternidade

Muitas mulheres buscam na maternidade e no casamento a compensação de sua falta. Porém, o casamento envolve um outro sujeito que também convive com sua falta, e está relação estará sujeita a todas as questões de sexualidade que falarei em outro texto. Já a maternidade soluciona, mesmo que temporariamente, a falta do falo da mulher. A mãe tenta compensar sua falta-a-ser na criança. Esse é um recurso específico da mulher para compensar sua perda de gozo: ela pode gerar filhos.

Para Zalcberg, um filho desperta na mulher não só o sentimento materno, mas também desperta a mulher em falta, já que este simboliza o gozo perdido. A mãe vê na criança a oportunidade de se recuperar de sua própria falta. Porém esta situação dura um tempo determinado, já que a criança será seu falo somente até certo momento da vida. Assim, a mãe também é esta sempre fazendo o luto da perda da criança como seu objeto.

Ainda no começo da vida do bebe, a mãe transfere para ele todos os sentimentos vindos de sua própria vida sexual. O modo como acaricia e amamenta, por exemplo, mostram como a criança se torna o substituto do objeto sexual para a mãe. Freud não só enfatiza essa questão, como menciona que isso é necessário para o desenvolvimento da criança. No entanto Soler complementa que, ainda sim a mulher não resolve inteiramente seu problema fálico, pois logo percebe que o bebe não pode ser seu falo, e logo deve ajudar seu própria filha a lidar com a sua própria falta. Faz-se, então, importante abordar a relação mãe-filha um pouco mais de perto.

Quando a mãe descobre que seu bebê será uma menina, suas fantasias inconscientes automaticamente são transferidas para a filha, seja por sensações ou por memória corporal. É importante lembrar que, a mãe desta menina já foi filha, assim como a avó desta menina também já foi filha, ou seja, as mulheres transmitem, de geração para geração suas experiências, fantasias e expectativas.

Na menina que nasce a mãe vê o recomeço de sua própria vida e também o início da vida de sua filha como uma possibilidade de reparar e mudar tudo que as relações mãe-filha anteriores não conseguiram. Nessa perspectiva da mãe como mulher, o nascimento de uma filha pode despertar nela questões sobre a própria falta, que foram um dia evitadas, reavivando questões aparentemente superadas ou apenas adormecidas em uma mãe.

Zalcberg também diz que, se por um lado o nascimento de uma filha pode promover o despertar da feminilidade por meio de certo preenchimento, ao considerar a criança como seu falo, por outro lado a mãe pode ver na filha a perda de seu espaço de constituição de sua sexualidade e feminilidade. A semelhança do corpo feminino de mãe e filha, além da proximidade entre elas favorece uma identificação de ambas pela dependência que as conecta, em busca de entender e completar a falta-a-ser de cada uma. Assim, muitas vezes elas se tornam prisioneiras da própria relação, pois não vêem outra saída para ser mulher além do ser mãe e filha.

Essa relação que ocorre entre mãe e filha pode prejudicar a constituição de suas próprias imagens e sexualidades. Por um lado, a menina se vira para mãe em busca de carinho e de uma imagem sobre seu corpo, para que tenha a confirmação de que aquele corpo realmente a pertence. Depois, ela busca na mãe que esta reconheça seu corpo como feminino, também marcado pela falta. Nesse caminho logo surge a dúvida sobre sua identidade sexual – não identifica se é menina ou mulher. Por outro lado, muitas mulheres ao alcançar a condição de mãe se vêem confrontadas a escolher entre ser mãe ou ser mulher, como se fosse impossível conciliar ambas as tarefas.

Considerando o ser mãe e o ser filha como um dos pontos importantes para a constituição da feminilidade e sexualidade, podemos falar um pouco sobre alguns tipos de mães e filhas e suas implicações para o entendimento do universo feminino.

1. Mais mãe que mulheres

Para as autoras Eliacheff & Heinich, quando um bebê nasce, algumas mulheres se transformam e ficam completamente absorvidas pela maternidade, deixando de lado a própria identidade e o lugar de esposa, chegando por vezes a trocar a sexualidade conjugal pela sexualidade maternal. Elas se aniquilam nessa relação, e trocam as exigências maritais pelas exigências do filho. Essa situação pode chegar a um extremo, no qual o desejo de simbiose pode criar um vazio em torna da relação entre mãe e bebê, e todos os outros vínculos perdem lugar. Esse extremo apego, na qual a mãe dá ao filho todo a lugar em seu gozo, cria uma relação de dependência muito extrema, da mãe para com o filho.

Nos primeiros meses de vida os bebês exigem grande atenção da mãe nos cuidados, na amamentação, enfim, em muitos momentos. Porém a mãe não pode se utilizar dessa exigência para dedicar-se exclusivamente ao bebê, e muito menos deslocar as sensações eróticas que deveria buscar no marido, para o bebê.

Quando essa relação de dependência continua após o crescimento da menina, a mãe, ao se dedicar totalmente ao seu bebê, na verdade busca através desta a si mesma e a realização de seus próprios sonhos. Por vezes abandona o marido e rejeita os homens, pois coloca a filha na posição destes. Protegida pelas virtudes da maternidade, a mãe pode, sem vergonha, utilizar a criança para projetar nela suas próprias fantasias de sucesso.

Porém,  conforme a menina vai crescendo, e se tornando adolescente, a mãe percebe e teme ser excluída da vida de sua filha. Assim, tenta adiar esse momento excluindo a filha do mundo externo e controlando-a o tempo todo. A filha por sua vez, também teme esse momento pois percebe que terá que viver sua própria história, fazer suas próprias escolhas, e teme não conseguir sem a mãe uma vez que nunca se viu sem ela.

Quando a adolescente começa a viver seus momentos longe da mãe, esta pouco a pouco vai sentindo a ausência da filha e se vê novamente em contato com seu vazio. Por isso pode usar de diversas artimanhas para voltar a atenção da filha novamente para ela. A filha, por sua vez, por medo e por culpa pode renunciar a própria vida, a liberdade, para ficar e continuar esse laço com a mãe. Enquanto uma quer seguir adiante, a outra quer voltar, porém a mãe tem a seu favor a norma social que encoraja as mães a serem verdadeiras mães, totalmente mães de modo que a filha tem contra si o peso desta norma.

Já na fase adulta, quando essa relação se prolonga, muitas vezes o que se vê é um casal formado por uma velha mãe que não quer que sua filha cresça, e uma velha filha que não consegue se furtar a dominação da mãe. Eliacheff & Heinich dizem que a filha, porém, nunca conseguira satisfazer sua mãe, já que ocupa o lugar de um vazio que nunca deixará de existir. A mãe está sempre pedindo mais da filha, de modo que essa relação nunca chega a um ápice. Ambas se iludem que ao excluir um terceiro podem tornar-se uma só, e assim encontrar o caminho para a feminilidade. Uma se espelha na outra, e se confundem, já que não sabem os limites de identidade entre elas. As duas se tornam tão dependentes umas das outras que já não conseguem se desligar e fazer o corte necessário para que cada uma encontre seu próprio caminho.

2. Mais mulheres do que mães

Diferentemente das mulheres que optam por ser apenas mães, há aquelas que decidem tornarem-se mais mulheres, como forma de buscar sua feminilidade. Eliacheff & Heinich acreditam que existe também a mulher que só vive sua feminilidade na vivencia de uma paixão. Desta forma, não consegue amar e ser mãe para sua filha pois está mais ocupada em viver sempre apaixonada por um homem, seja este qual for.

Ainda considerando esse tipo de mulher que, embora mãe, não busca a maternidade como caminho para a feminilidade, há a mãe-estrela. Segundo Eliacheff & Heinich, as mães estrelas não conseguem ter outra paixão além de sua própria profissão. Nesse caso, uma filha para continuar se relacionando com esse tipo de mãe pode adotar uma postura de inferioridade, pois sabe que para estar ali precisa ser menos do que a mãe. Outra conseqüência de uma vivência com esta mãe, é que ela pode não aprender como se relacionar com o masculino, já que nunca teve o exemplo vindo da mãe.

É preciso destacar que exageros, não importa para qual lado, nunca são bem vindos nessa relação. De outro lado, parece importante ressaltar que não existem mães boas ou más. Existem mães complicadoras ou facilitadoras para suas filhas, ou que tornam o vinculo torto para produzir filhas difíceis, sufocadas pela ausência ou excesso de espaço entre elas. O importante, nessa relação seria lembrar a necessidade de um terceiro, e em que lugar este é colocado na relação de mãe e filha, numa espécie de equilíbrio.

Desta forma, podemos entender porque Lacan faz da figura do pai algo tão importante em sua teoria, quando se discute qualquer relação. É esse terceiro que exercerá o papel da lei, e que poderá efetuar corte, fazer barreira e deste modo constituir sujeito. Até porque essas separações em estruturas e papéis que fazemos para efeito de estudo não são tão simples e quadradas quanto parecerem, ainda que algumas teorias insistam que esse enquadramento seja possível.

(Continua)

Para ler mais

Mães-filhas: Uma relação a três – Eliacheff & Heinich

A relação mãe e filha

Feminilidade e Sexualidade – O corpo

Na busca de uma resposta para a falta de significante especifico de seu próprio sexo, a menina busca também respostas no seu corpo e na forma como vive sua sexualidade. Após Freud, outros autores como Melanie Klein adicionaram outras problemáticas pertinentes a realidade feminina. Para ela, é importante a forma como a menina representa seu genital, pois isso pode afetar a forma como ela lida com sua sexualidade e feminilidade.

De acordo com Klein, a primeira dificuldade para a menina seria de reconhecer seu genital, entende-lo e aceitar sua condição. Bernstein, por sua vez, propõe três termos para melhor entendermos essa fase da menina. O primeiro deles é o acesso, momento em que a menina percebe que não tem acesso aos próprios genitais, não pode vê-los da mesma forma que o menino, e por isso cria uma dificuldade de representação mental das partes de seu próprio corpo, principalmente em um lugar que gera sensações intensas. A falta de familiarização com seu genital torna-o alvo de fantasias proibidas ou sentimentos culposos, gerando angustia consigo mesma e sua sexualidade. Esse segundo momento denomina-se difusão.

O terceiro ponto seria a penetração. O formato da vagina, aberto, e cujo fechamento não há controle coloca a menina numa insegurança contra a sua proteção. Fantasiam sobre seu buraco e se sentem vazias, inertes. Não conhecem a origem de suas sensações e por vezes se incomodam com as mesmas, quando eventualmente ocorrem. Para a menina é como se ela tivesse um buraco aberto através do qual coisas podem sair e entrar, e que não há como abrir ou fechar, nem controlar o acesso. Assim, a menina sente como se estivesse sempre em perigo de penetração, e teme se machucadas pelo que pode entrar. Além disso, a autora complementa que, a questão de proximidade da vagina com o anus pode deixar a sensação, na menina, que sua vagina é suja.

Essa variedade de angústias, segundo Bernstein, é central no processo de definição da sexualidade e feminilidade na menina. Porém, segundo Mcdougall, um caminho possível para neutralizar essas angústias e buscas seria a menina deixar de querer ter para poder ser, ou seja, sua falta do pênis se transformaria em um desejo pelo pênis. Outra solução poderia ser a maternidade, e assim por diante.

Eu acho toda essa teoria inglesa muito interessante, mas não concordo com ela. Acredito que ela é muito apegada a concretude da “inveja do pênis”. Lacan criticava muito a escola inglesa mais ou menos nesse caminho.

No Seminário 20, Lacan fala muito sobre feminilidade. Ele trata de gozo e demanda de amor, e quando fala de sexualidade feminina diz que esse sexo fálico masculino não diz nada para a mulher, porque ela não é toda (não tem o falo). Portanto o sexo só poderá lhe dizer alguma coisa através do gozo do corpo. Para Lacan, nada distingue a mulher como ser sexuado, a não ser pelo sexo. O gozo fálico seria o grande obstáculo do homem para entender a mulher, porque são gozos distintos. Então podemos pensar que tratar a feminilidade a partir da idéia fálica de inveja do pênis seria limitar e simplificar demais a questão.

(Continua…)

Para saber mais:

– J.Lacan – Seminario Mais, Ainda

Feminilidade e Complexo de Édipo Feminino

O que quer uma mulher? Essa pergunta atravessa gerações e parece nunca obter uma resposta satisfatória. Mulheres e homens tentam ano após ano descobrir o que deseja uma mulher. Freud tentou esclarecer esse mistério discutindo sobre algumas questões femininas. No final de suas obras ele deixa a certeza de que o Édipo produz o homem, mas não produz a mulher. No entanto, manteve aberta a questão sobre o desejo feminino e deixou o caminho aberto para novas discussões, apontando, desde então, a complexidade do tema.

Lacan também discutiu a questão do feminino e polemizou com sua famosa declaração de que a mulher não existe. Entre outras coisas, Lacan dizia que  o feminino é um não-lugar, um vazio.

Considerando a vida prática, pode-se dizer que a mulher passa a vida tentando se identificar, se descobrir. Essa busca começa ainda cedo, quando a menina tenta encontrar respostas naquela que é a primeira mulher de sua vida, sua mãe. Desde cedo a relação mãe e filha já se mostra complexa, cheia de cobranças, de raiva, de culpa, de identificação, de competitividade, enfim, um eterno vínculo em busca de respostas.

Mas essa busca por identificação não para na infância. Em geral, a mulher continua sua busca, e tenta se encontrar em diversos momentos: no casamento, na maternidade, enfim, tenta se descobrir nos vários papéis que lhe são propostos. Mas quando isso acontece? Quando a mulher se identifica, se encontra? Será que esse processo de descobrimento chega efetivamente a ocorrer?

O tema sobre o feminino não é simples. Embora tenha dedicado um espaço em sua obra para discutir o tema, Freud fala do asunto como obscuro e de difícil acesso. Posteriormente, Lacan, ao estudar a obra freudiana, aborda a feminilidade, mas resgata e ressalta a importância da figura do pai, um recorte que não trata da perspectiva específica mãe-filha. Alguns autores acreditam que é nessa relação que estaria a chave para o entendimento do torna-se mulher.

Considerando que a constituição da feminilidade inicia-se logo na primeira infância, parece relevante estabelecer algumas implicações sobre o complexo de Édipo e o nascimento do ser menina. Estudando a sexualidade de ambos os sexos e sua representação infantil, Freud afirma que independente do sexo anatômico ao qual pertence, toda criança é sempre menino para a mãe, por constituir o substituto fálico para ela. A partir da análise do complexo de Édipo ele tenta esclarecer como ocorre a descoberta da sexualidade infantil para meninos e meninas. No início ele acreditava que crianças de ambos os sexos passavam pelo mesmo processo de descobrimento e interesse na sexualidade. Mais tarde, Freud descreve que a diferença entre homens e mulheres começa bem cedo, ainda na fase pré-edipiana.
Neste momento pré-edipico, o primeiro objeto de amor das crianças (meninos e meninas) é a mãe. Desta forma, ao chegar ao complexo de Édipo, o menino consegue tranquilamente estar ligado afetivamente ao sexo oposto enquanto tem rivalidade com o mesmo sexo. Já para a menina é diferente. Também seu primeiro objeto foi a mãe. Como encontra o caminho para o pai? Como e quando e porque se desliga da mãe?
Segundo Freud , essa é a primeira dificuldade no processo feminino e muitas mulheres poderiam nunca mudar de objeto, ficando presas em sua relação primeira com a mãe. A dificuldade em renunciar a mãe e renunciar seu lado masculino inclusive na sexualidade ativa pode dificultar uma identificação com o pai, e esse momento é necessário para o desenvolvimento da feminilidade. Assim, a primeira tarefa feminina seria o afastamento da mãe, a renuncia do amor por ela, e essa passagem de objeto nem sempre se realiza.
Nesta fase, para o menino, a figura do pai representa a identificação com alguém do seu sexo e ainda efetua a separação da mãe. Porém, isto não ocorre para a menina pois, ao olhar o pai, não se identifica com este e continua a procurar sua condição feminina. Desta forma, o Édipo soluciona a questão da busca de identidade masculina mas na feminina deixa um resto.
Freud aborda também o complexo de Édipo especificamente referindo-se ao momento da castração. O temor da castração, para o menino, resolve seu problema edípico, porém para a menina esse temor não é o suficiente para o abandono de sua posição e de seu objeto de amor, por isso ela permanece nesta questão por tempo indeterminado e quando se completa, é tardio e de modo incompleto. Freud percebe que o problema da castração do feminino não se tratava da falta do órgão e sim da falta de um símbolo do sexo feminino. Isso porque quando Freud introduz a lógica da castração, procurava entender além da já estudada falta do pênis como órgão externo e sim como essa falta imaginária afetaria o desenvolvimento da feminilidade.
Para entender melhor essa questão é importante falar da falta que a mãe sente por não ter/ser o falo. Lacan situa a mãe como primeira castradora da filha, pois não consegue fornecer para sua filha um símbolo de sua identificação feminina exatamente porque esse símbolo não existe. Desta forma, a menina, frustrada com a mãe, volta-se para o pai em busca de respostas que a mãe não conseguiu dar. Na seqüência, o pai segue nesta função castradora e por isso, para a menina, o momento da castração ocorre antes do Édipo e não é conseqüência dele, como ocorre para os meninos. O pai continua sua postura de castrador para a menina, pois confronta a filha com a perda de ser o falo da mãe.
Vivendo essa situação a menina teria vias de solução para resolver seu Édipo. Freud diz que uma delas seria a menina aceitar que sua demanda de um símbolo para sua identidade não pode ser atendida, e daí passar a aceitar e lidar com sua falta, como caminho para encontrar sua feminilidade. O que acontece é que para que isso aconteça é necessário que antes a mãe tenha aceitado a sua própria falta e consiga transmitir isso para sua filha, sem fazer dela seu falo.
Lacan afirma que o que diferencia homens e mulheres não é a anatomia dos sexos, e sim a forma como se submetem ao falo, ao significante do desejo, que ocorre nessa fase edípica e continua depois ao longo da vida. Para ele o ser aparece neste vazio, no falta-a-ser e é isso que o torna dependente de uma reposta, pois espera que o Outro lhe diga quem é e solucione sua questão identificatória. Portanto, a demanda da criança seria na verdade uma demanda de reposta sobre seu ser. Porém, em relação à mulher, além do falta-a-ser que a constitui ainda lhe falta um significante especifico feminino. Neste sentido, a menina busca por mais tempo ser o falo da mãe, em busca de respostas, e acredita que tendo uma mãe satisfeita será mais amada. Desta forma, a menina busca respostas na satisfação da mãe para que ela também consiga estar satisfeita. A menina pensa que do contrário, não haveria chances de encontrar alguém que lhe desse o que falta, alguém que a diga o que ela é.
Neste ponto está a importância do pai, que estrutura e funciona como lei, como superego, para que a menina forme sua estrutura. Assim, o futuro do desenvolvimento da menina também depende dele e de como ele agirá nesse processo.
Além do complexo de Édipo, ocorrem ainda na infância outras questões relacionadas ao desenvolvimento da feminilidade e da sexualidade da menina, tais como o conhecimento de seu próprio corpo. Falarei disso no próximo texto.

(Continua…)

Para ler mais sobre o assunto:

A relação mãe e filha

Édipo – O complexo do qual nenhuma criança escapa – J. Nasio

Sexualidade na sala de aula – Palestra CAIC Laranjeiras – Tarde

Sábado passado, dia 08 de maio, ministrei duas palestras no Colégio Olda Del Favero, ou CAIC Laranjeiras, aqui em Uberlândia.

Aqui está o audio da palestra da tarde, e toda a explicação de evento e referências estão no post anterior, que você vê aqui.

Palestra Tarde

Sexualidade na Sala de Aula – Palestra CAIC Laranjeiras – Manhã

Sábado passado, dia 08 de maio, ministrei duas palestras no Colégio Olda Del Favero, ou CAIC Laranjeiras, aqui em Uberlândia.

Aqui está o audio da palestra da manhã, e também as indicações de leituras e materias sobre o tema. Quem tiver interesse na apresentação no formato Power Point, peço que deixe o endereço de email, para que eu possa enviar. Deixo também aqui o espaço aberto para continuarmos nossa conversa.

Turma da manhã

Referências de Pesquisas e Livros:

S. Freud – Três Ensaios sobre a teoria da Sexualidade

J. Lacan – Seminário 20 – Mais ainda

E. Roudinesco – Em defesa da Psicanálise

L. Garcia-Roza – Freud e o Inconsciente

N. Novena – A sexualidade na organização escolar

A. Morgado – Jovens, sexualidade e educação: homossexualidade no espaço escolar

Algumas Indicação de filmes e leitura:

Sexualidade começa na infância – Maria C. P. da Silva

Corpo, Gênero e Sexualidade: para além de educar meninos e meninas

C.R.A.Z.Y – (Homossexualidade)

Hounddog – (Abuso Sexual)

Le Petit Nicolas – (Sexualidade infantil)

Savage Grace – (Incesto)

Kids (Sexualidade na adolescência)

Skins (Série de Tv) (Sexualidade na adolescência)

Tell me you love me (Série de Tv) (Sexualidade na vida adulta)

Materiais para trabalhar com crianças/adolescentes:

Mamãe botou um ovo – Link para livro completo online

Menino brinca de boneca? – Link para livro completo online

O menino que brincava de ser – G. Martins

Aprendendo com a diferença: amiguinhos de coração – R.E. Almeida

Ninguém é igual a ninguém: o lúdico no conhecimento do ser – R. Otero

Na minha escola todo mundo é igual – R. Ramos

(Outros livros diversos, completos, online, aqui e aqui.

As pessoas têm que aprender a conviver com os “sem-deus”

Pluralidade e diversidade na escola: tratar do tema Religião. Grande tabú, junto com o tema Sexualidade, acaba ficando de lado, e continua sendo ensinado e transmitido valores e conhecimentos tradicionais.

“Podemos colocar da seguinte maneira: a biologia, a teoria evolutiva, não prova de forma absoluta que não pode existir um Deus. Se você quer continuar a acreditar que Ele desempenha algum papel, pode até fazer isso com sua consciência tranquila. Mas você deveria ter em mente que se trata de uma posição…”

Leiam essa entrevista sobre o tema, aqui.

Educação sem Homofobia

Nesse site, professores e alunos podem ter acesso a vídeos e materiais diversos para trabalhar a questão da Homossexualidade em sala de aula. É um projeto muito interessante que vem sido desenvolvido pela UFMG com apoio do Governo.

E se o padrão fosse o homossexual? Como seria? Assistam esse vídeo e reflitam. Passem para seus alunos e comecem uma discussão em sala sobre o tema.

Mais vídeos sobre o tema aqui.

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