Categoria: Psicanálise (Page 8 of 13)

Sexualidade na Sala de Aula – Palestra CAIC Laranjeiras – Manhã

Sábado passado, dia 08 de maio, ministrei duas palestras no Colégio Olda Del Favero, ou CAIC Laranjeiras, aqui em Uberlândia.

Aqui está o audio da palestra da manhã, e também as indicações de leituras e materias sobre o tema. Quem tiver interesse na apresentação no formato Power Point, peço que deixe o endereço de email, para que eu possa enviar. Deixo também aqui o espaço aberto para continuarmos nossa conversa.

Turma da manhã

Referências de Pesquisas e Livros:

S. Freud – Três Ensaios sobre a teoria da Sexualidade

J. Lacan – Seminário 20 – Mais ainda

E. Roudinesco – Em defesa da Psicanálise

L. Garcia-Roza – Freud e o Inconsciente

N. Novena – A sexualidade na organização escolar

A. Morgado – Jovens, sexualidade e educação: homossexualidade no espaço escolar

Algumas Indicação de filmes e leitura:

Sexualidade começa na infância – Maria C. P. da Silva

Corpo, Gênero e Sexualidade: para além de educar meninos e meninas

C.R.A.Z.Y – (Homossexualidade)

Hounddog – (Abuso Sexual)

Le Petit Nicolas – (Sexualidade infantil)

Savage Grace – (Incesto)

Kids (Sexualidade na adolescência)

Skins (Série de Tv) (Sexualidade na adolescência)

Tell me you love me (Série de Tv) (Sexualidade na vida adulta)

Materiais para trabalhar com crianças/adolescentes:

Mamãe botou um ovo – Link para livro completo online

Menino brinca de boneca? – Link para livro completo online

O menino que brincava de ser – G. Martins

Aprendendo com a diferença: amiguinhos de coração – R.E. Almeida

Ninguém é igual a ninguém: o lúdico no conhecimento do ser – R. Otero

Na minha escola todo mundo é igual – R. Ramos

(Outros livros diversos, completos, online, aqui e aqui.

Palestra Sexualidade na Sala de Aula – CAIC Laranjeiras

Hoje ministrei duas palestras sobre o tema Educação na Sala de aula, no CAIC Laranjeiras.

Nas duas palestras, abordei o tema com professores de primeiro ao nono ano do ensino fundamental. Muitas questões surgiram a partir da discussão que tivemos. Deixo aqui o espaço aberto para continuarmos nossa conversa.

Semana que vem disponibilizarei aqui o audio das palestras, bem como o material usado, as indicações de leituras e filmes, e o material a ser utilizado com alunos.

Podcast Episódio 03 – Pesquisa Narrativa

Eu e a Prof. Dilma Mello conversamos sobre Pesquisa Narrativa, e comentamos um pouco as semelhanças com as noções de Subjetividade e Psicanálise. Falamos um pouco também sobre formação de professores.

Narrative Inquiry – Clandinin & Connelly

Indignação do dia

Acabei de ler isso, e não pude deixar de responder. As pessoas precisam ser um pouco mais profundas em suas supostas análises críticas.

Minha pequena resposta:

Pra criticar, é preciso saber muito do que se critica, porque senão corre-se o risco de falar muita bobagem em relação ao assunto. Bobagens escondidas em forma de uma suposta crítica.

Leia “Em defesa da Psicanálise – E. Roudinesco” e saiba porque os dois livros passaram longe de criticar a psicanálise, e sim criar um movimento anti-piscanálise. E querer falar de como a Psicanálise não está presente nos currículos no Estados Unidos, é querer insinuar que os Estados Unidos é determinante cultural e educacional para o resto do mundo, é no mínimo pequeno demais, pra não dizer irreal. Os Estados Unidos sempre foi modelo para tecnologia e farmacologia, mas o mesmo não se diz para a área da Educação. Não só no Brasil, mas em toda Europa e Canadá, entre outras, essas sim referência na Educação, continuam estudando a psicanálise, e seus efeitos continuam ecoando.

É triste perceber que ainda existem pessoas que acreditam na existência de uma verdade absoluta, que pode ser mensurada e provada por testes e experimentações. Não é a toa que o mundo farmacológico “cresce” criando pílulas para doenças que nem existem. Afinal, em tempos de capitalismo (modelo vendido pelos EUA), tudo se resume a produto e resultado, e para isso temos que tirar o direito do sujeito a ter “um inconsciente, pois precisa virar escravo de seus neurônios e de sua cognição, perdendo sua posição de sujeito e as possibilidades de escolha. É sempre viver anestesiado por remédios” (Roudinesco, 2010)

E, para esclarecer, a Psicanálise não quer e nunca quis ser essa ciência experimental e positivista. E as pessoas ainda se aproveitam da transparência de Freud nos seus trabalhos para recortar somente o que interessa para fazer parecer que as pesquisas nunca tiveram metodologia. Como eu falei logo no começo, até pra criticar precisamos entender um pouco do que estamos falando.

Podcast Edição Especial – Palestra Educação e Sexualidade

Esta semana ministrei uma palestra na Universidade Federal de Uberlândia, a convite do PET-Letras. Essa palestra foi gravada, e agora disponibilizo ela para todos que tiverem interesse no tema.

Abaixo colocarei os links de vídeos e textos que foram comentados durante a palestra, para que vocês possam acompanhar a discussão. Quem estava na palestra, e tiver interesse no apresentação em Power Point, me envie um email, ou deixe um comentário com seu email, que enviarei assim que possível.

Na palestra, com o título “Sexualidade na Sala de Aula: para além de um currículo biologizante”, discuti a noção de sexualidade, com base teórica da Psicanálise, e como podemos abordar o tema dentro de um meio escolar/acadêmico. Na primeira hora fiz essa introdução a noção de sexualidade proposta pela psicanálise, e como abordar o assunto de forma tranquila e cotidiana, mas também com uma proposta singular, no qual cada um é convidado a pensar e discutir suas próprias experiências com a sexualidade. No segundo momento, algumas perguntas foram feitas, e abri um diálogo com os presentes para discutí-las.

Trechos de filmes discutidos:

Kinsey – Vamos falar de Sexo

Me and you and everyone we know – Eu, você e todos nós

Referências de Pesquisas e Livros:

S. Freud – Três Ensaios sobre a teoria da Sexualidade

J. Lacan – Seminário 20 – Mais ainda

E. Roudinesco – Em defesa da Psicanálise

L. Garcia-Roza – Freud e o Inconsciente

N. Novena – A sexualidade na organização escolar

A. Morgado – Jovens, sexualidade e educação: homossexualidade no espaço escolar

Algumas Indicação de filmes e leitura:

Sexualidade começa na infância – Maria C. P. da Silva

Corpo, Gênero e Sexualidade: para além de educar meninos e meninas

C.R.A.Z.Y

Hounddog

Le Petit Nicolas

Savage Grace

Kids

Skins (Série de Tv)

Tell me you love me (Série de Tv)

Palestra na Universidade Federal de Uberlândia

Aconteceu hoje a palestra ministrada por mim, na UFU, sobre o tema Sexualidade na Sala de aula: para além de um currículo biologizante.

Vou publicar aqui, ainda esta semana, o material usado na palestra, bem como as indicações de bibliografia e filmes sobre o tema, que foram comentados durante a palestra.

Agradeço a presença de todos, e como comentei na palestra, o espaço aqui está aberto para continuarmos nossa conversa. (Não só para que estava presente, mas também para todos os interessados no tema.)

Clínica da Ansiedade – Atendimento Gratuito

Clínica da Ansiedade é o resultado de um projeto clínico orientado pela psicanálise, que oferece atendimento gratuito e com duração determinada.

Orienta-se pelo princípio de que a psicanálise pode responder a diversas situações de sofrimento, ainda que não haja uma demanda e a oferta de um tratamento analítico stricto sensu. Este projeto, sustentado coletivamente por psicanalistas vinculados à Escola Brasileira de Psicanálise e ao CLIN-a, propõe um espaço de acolhimento às diversas manifestações do mal-estar na contemporaneidade e visa possibilitar uma nova relação do sujeito com seu sintoma ou sofrimento.

O atendimento é oferecido por um período de seis meses, após o qual decide-se por uma conclusão ou, no caso de outra demanda ter sido articulada, um novo tratamento.

A quem se destina: dirige-se à comunidade em geral e especialmente àqueles que não têm acesso ou que não procurariam um atendimento psicanalítico.

Acolhimento: o acolhimento inicial é realizado às segundas e quartas-feiras, no horário das 9h às 12h. Os interessados podem dirigir-se à Clínica nestes dias e horários; não é necessário agendamento prévio.

Atividades de atendimento: as atividades ocorrem em grupo e são coordenadas por psicanalistas. Este dispositivo coletivo orienta-se pelo princípio de que a psicanálise aplicada à terapêutica pode responder diferentemente de outras psicoterapias, ao visar os efeitos advindos da restituição da palavra ao sujeito e ao particular de cada um.

Horários das atividades de atendimento: s e 4ªs-feiras das 9h às 12h

Equipe de Atendimento

Angelina Harari

Alessandra Pecêgo

Christiane Carlier

Luiz Fernando Carrijo da Cunha

Milena Crastelo

Mônica Bueno de Camargo

Patrícia Badari

Rômulo Ferreira da Silva

Teresinha Meirelles

Coordenação: Patrícia Badari

Local de funcionamento:

Rua Prof. Ernest Marcus, 91

Pacaembu – São Paulo – SP

CEP: 05002-000

Informações:

Secretaria do CLIN-a: 2ª a 6ª das 9:00 às 18:00

fone: (11) 3675-7689

clinica@clin-a.com.br

Sexualidade na sala de aula: para além de um currículo biologizante

Sexualidade na sala de aula: para além de um currículo biologizante

Aline Accioly Sieiro

Psicóloga e Psicanalista

A sexualidade e suas manifestações sempre obedeceram a regras, rituais e cerimônias. Mas, por que algo tão essencialmente humano como a sexualidade foi interditada, impedida, normatizada e controlada? Especificamente, na organização escolar, por que as manifestações da sexualidade são percebidas de maneira perturbadora e aterrorizadora, a ponto de requererem uma intervenção através da repressão, com vistas a domesticar o desejo? Esta apresentação tem como objetivo discutir essas questões considerando sua complexidade no espaço da escola/sala de aula. Toda a discussão proposta tem como base os fundamentos da Psicanálise sobre inconsciente  e desejo, conforme Freud (1905) e Lacan (1980-1985).


Dia 27 de abril, das 15 às 17h, no bloco 3 Q, sala a confirmar.

Inscrições no Pet/Letras

Universidade Federal de Uberlândia

petletrasdaufu@gmail.com

Um outro olhar para a pedofilia

Tudo que se fala nesse momento é sobre a pedofilia e os padres da igreja católica. E eu (assim como Calligaris e Eliane Brum), ainda acho que  o foco está sempre errado quando se trata to assunto.

Escutei essa semana que deviam cortar o pênis de quem era pedófilo, só assim para resolver a questão. Se engana quem pensa que isso resolveria, porque, entre tantas outras coisas, a pedofilia não está ligada ao órgão sexual.

Mas hoje li dois textos que conseguem sintetizar tudo que eu penso e sempre pensei sobre a pedofilia. Por isso compartilho aqui com vocês. E abro o espaço para discussão, já que esse assunto nunca é fácil de discutir.

O primeiro deles é do Contardo Calligaris, psicanalista. (Para ler o texto inteiro, clique no trecho abaixo)

“Fantasias e orientações sexuais nunca são o efeito de acumulação de energia sexual insatisfeita. Um pedófilo poderá, eventualmente, desejar uma mulher e casar com ela, mas o fato de cumprir, mesmo com afinco, o dever conjugal não o livrará das fantasias pedofílicas. Teremos, simplesmente, pedófilos casados, em vez de solteiros.”

O segundo é da jornalista Elaine Brum. (Para ler o texto inteiro, clique no trecho abaixo)

“Encontrei abusadores despedaçados pelo que tinham feito – e pelo que tinham vontade de continuar fazendo. Fora a cadeia, não havia nada para impedi-los de seguir abusando. E alguns deles queriam ser impedidos. A prisão impede de abusar, mas sem ajuda e tratamento, é muito difícil não reincidir quando saem dela. Se a estrutura de assistência às vítimas de abuso sexual é precária, para abusadores ela é quase nula. 

É bem difícil olhar com compaixão para um homem ou mulher que usou de sua autoridade e poder para abusar sexualmente de uma criança. E gozou exatamente deste poder total sobre a vítima, inteiramente submetida ao seu desejo. Mas acho que precisamos tentar. Lembro de ter ficado em conflito com meus sentimentos. Porque nos casos em que foi possível, eu escutava a dor de ambos – da vítima e de quem a violou. Em alguns casos, ambos sofriam de forma atroz. Não se trata de relativizar a responsabilidade de quem abusa. Estou apenas apontando que pode existir sofrimento neste percurso – e não apenas bestialidade, ainda que a bestialidade seja sempre humana.”

Update: Uma entrevista da Eliana Brum fez com a socióloga Regina Soares, sobre o abuso de padres com mulheres.

“Essa idéia de que o padre é imune ao desejo é muito forte. A Igreja faz a negação da sexualidade.”

Update 2: E depois de tanta bobagem que a igreja faz, tem mais. Agora eles dizem que a pedofilia é relacionada a homossexualidade. Que ótimo saber que eles só caminham pro lado errado.

A Educação e o Discurso Motivacional

Depois de alguns anos mergulhada no mundo da Psicanálise, decidi fazer uma pós em Psicopedagogia. Meu namoro com a Educação vem de longe, e decidi que era hora de colocar os pés nessa área (oficialmente, porque eu já vinha fazendo algumas coisinhas por lá). Qual não foi minha surpresa por perceber, no contato com educadores e pedagogos, que a educação está tomada pelo discurso motivacional.

Você ai, que acha o discurso motivacional legal, e perde seu dias vendo vídeos no Yotube ou mandando mensagens em Power Point sobre o assunto: é hora de pensar criticamente, por isso te proponho essa leitura.

Muito se fala sobre a crise da educação, e pelo que parece, a educação sempre esteve em crise. Da fala dos professores, o que se escuta é um discurso ora de vítima, ora de nostalgia. E as reclamações que escutamos são:

– O professor perdeu seu lugar de autoridade. Antes o aluno tinha medo e respeitava. Agora trata o professor como um igual.

– A sociedade capitalista mudou o modo como as crianças vêem o mundo, e com isso ninguém mais quer saber de estudar, ficar sentado numa sala, tudo que eles querem é computador, internet, tecnologia.

– A família não é mais tradicional, se desestruturou, os pais estão perdidos, não sabem impor regras, negociam com filho a ida pra escola em troca de compensações e presentes.

– O Estado não garante a escola os recursos que ela necessita para o dia a dia escolar. Paga mal os professores, que ficam desmotivados, e cada vez menos querem melhorar seus trabalho.

Com tudo isso acontecendo, os professores, perdidos no meio desse tiroteio, começaram a se apegar com unhas e dentes naquilo que eles tinham acesso mais facilmente: o discurso motivacional.

A prática do discurso motivacional ficou famosa em grandes empresas, e ainda é o lugar onde reina soberana. Na busca de aumentar a produção, grandes empresários criaram áreas de recursos humanos, dentro de suas empresas, preocupadas em garantir o bem estar de seus funcionários, pois, com estes felizes e motivados, os lucros e a produção da empresa estavam muito bem garantidos. O objetivo do discurso motivacional era enfatizar que as dificuldades sempre estão presentes, mas temos que focar é no trabalho, pois o trabalho nos eleva e nos faz pessoas melhores.

Aos poucos esse discurso foi saindo das empresas, e, caminhando junto com a auto-ajuda, foi ganhando espaço nas livrarias, nas grandes mídias e na internet. Muitos cursos foram criados, especialmente o de imersão: as pessoas passam um final de semana, que segundo elas é inesquecível e capaz de mudar todo o rumo de suas vidas. Lá elas falam coisas que nunca pensaram, choram, fazem amigos pra toda vida. E aquilo dura alguns meses, que é o momento de refazer o curso e levar amigos juntos. Alias, outra coisa importante do discurso motivacional e que ele precisa sempre de reciclagem. De tempos em tempos você tem que refazer os cursos, assistir novamente as palestras, escutar de novo os vídeos na internet, para se lembrar o que é importante na vida: o amor ao próximo, o trabalho esforçado, o perdão e a esperança, para que você se torne um ser humano elevado.

Mas o que está por trás desse discurso? Qual são seus objetivos? O que há de concreto nessa proposta, que faz tantas pessoas acreditarem que a solução de tudo está ai?

Em seu texto intitulado “Motivação Profissional x Desmonte da Educação”, Alexandre Reinaldo aborda o discurso motivacional para falar da escola e da educação. No texto, ele diz que a escola está sendo tratada como uma empresa, que precisa gerar lucros, que tem metas a serem cumpridas, que passa por avaliação de qualidade, e passou a ser uma máquina tal como acontecem nas fábricas e industrias. Dessa forma, ao professor é prometido bonificações caso seu trabalho tenha lucro, e há uma preocupação para que esse professor seja motivado (para produzir mais). “ É a implantação do taylorismo/toyotismo na escola pública. Este é um aspecto fundamental da ideologia empresarial da Secretaria de Educação, pois como convencer professores e funcionários a trabalharem em péssimas condições e ganhando baixos salários?”

“A linha da motivaçào é um dos caminhos para tentar domesticar o cérebro. É aquele papo: “Procure dentro de você as forças para vencer os problemas”. Entretanto, quem consegue vencer as dívidas com os baixos salários?”

O discurso motivacional faz tanto sucesso, porque o que ele faz é mascarar a realidade, fazendo com que a pessoa produza mais, compre mais e pense menos. É como uma droga, que te deixa embriagado de otimismo e bons pensamentos, enquanto os problemas continuam no mesmo lugar que estavam antes, sem solução. Tudo o que você precisa pensar que é haverá um lugar bom para os que são elevados e esperançosos, e assim os problemas se resolverão sozinhos. E como eles não se resolvem, o efeito da droga passa, e ai você tem que se reciclar, ou seja, fazer novamente uso das drogas (em forma de cursos, eventos, palestras, livros e vídeos) para continuar vivendo.

Estamos mergulhados nessa dinâmica social, em todos os lugares, não só na escola. O olhar está voltado para a produtividade, o desejo de resultados positivos, e tudo isso suga muito a energia das pessoas. Por isso, motivar se tornou um sinônimo de droga psicológica, no qual as pessoas buscam se sentir entusiasmadas por algo, buscam se sentir soldados em uma guerra, guerra em que elas são resistentes, mas uma resistência que está embasada na crença de o que ela faz é importante para a máquina, para a sociedade como um todo.

Essas correntes passam e seguem em frente, e quem tenta pensar e refletir criticamente sobre o tema é visto, em geral, como pessimista. Mas, não bastam discursos demagógicos, pois só isso não resolve problemas. Eles continuam lá, todos os dias. Se o profissional não se sente motivado, ele deveria se questionar o por que disso, e não achar que é culpado sozinho por tal desmotivação, mascarando o problema com injeções de motivação. Se estou desmotivado, devo refletir sobre minha prática, tentar encontrar quais problemas estou enfrentando, e como posso de fato mudar alguma coisa. E fazer isso não necessariamente trará a tão sonhada felicidade seu lugar ao sol. Tentar encontrar em qual ponto também somos responsáveis não é o que as pessoas querem fazer quando as coisas já não estão boas.

Aliás, o discurso motivacional em muito se assemelha a uma religião, pois pede que você continue trabalhando e se esforçando o quanto puder, que um dia seu lugar estará garantido no céu. Não vou entrar agora na discussão da alienação que esse discurso oferece, assim como o religioso, mas podemos pensar sobre isso em outro texto.

Educar as vezes pode ser insuportável. Afinal, o que é educar nos dias de hoje? Será que todos os problemas que temos quando tentamos educar não estão centrados exatamente no que é  educação hoje?

Se não sabemos o que é Educar hoje, podemos começar pelo que não é, para tentar encontrar um caminho. Educar não é mais passar conteúdo. Não é mais impor medo, e assim conseguir um falso respeito. Não é fazer o aluno ficar 10, 12 anos sentado numa cadeira sem participar, só como ouvinte. Ainda temos muito que discutir sobre o que é Educar,  proponho discutir isso em outro texto, porque o que quero enfatizar aqui é que, enquanto estamos embriagados pelo discurso motivacional, não paramos para encarar os problemas. Não paramos para perceber que não existe solução mágica e fácil.

Enquanto você assiste vídeos como esse: …

… você não percebe que é encoleirado, que não desenvolve consciência crítica e independência. Pensar hoje pode ser muito periogo para as empresas e para o Estado. Mas, pode ser muito mais perigoso pra você mesmo. Ou não.

Enquanto você assiste vídeos como esse e chora …

… acha que está errado em sofrer e querer brigar pelo seu salário, seus altos impostos, e todas as coisas erradas que existem a sua volta. Afinal, já que tem gente pior do que você, parece até errado querer mudar alguma coisa tão pequena por aqui enquanto por lá as pessoas tem problemas tão maiores. Não é isso que querem te fazer pensar? Ou melhor, não é isso que você quer usar como desculpa para não ter que fazer nada?

A educação, quando toma o caminho do discurso motivacional, afunda um pouco mais, a cada dia. Se você é educador, tente fazer essa reflexão. O que o discurso motivacional tem te impedido de pensar? O que te faz ter medo de voltar o olhar pra você? ‘>O que é educar pra você? Será que o problema da educação é culpa só do Estado e da família, ou é conseqüência de outra coisa?

Update: Nem tudo que reluz é ouro na estante de Psicologia, um ótimo post sobre a Autoajuda, que caminha de mãos dadas com o discurso motivacional).

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