Uma coisa que me irrita no meio acadêmico é a arrogância dos cientistas, pesquisadores e professores, que varia de acordo com o tempo e conhecimento que eles têm sobre de um assunto. Em geral, quanto mais estudamos, mais percebemos o quão pouco sabemos de um assunto. Por isso acho que a academia está infestada de pessoas que acham ter encontrado a resposta para tudo.

Mas não é só na academia que temos esse problema. Em todas as profissões encontramos aquelas pessoas que pensam ter o poder de resolver ou responder qualquer questão colocada. É uma pretensão de já ter chegado num ponto onde se sabe tudo, e se não sabe, diminui a importância do assunto.

Quando discuto com as pessoas, diversos assuntos, e percebo que estou discutindo com pessoas assim, fechadas no seu mundo de certezas, perco logo o interesse em discutir ou defender meus argumentos. Uma discussão serve para abrir novos caminhos e possibilidades naqueles que discutem, e não para alguém sair ganhando.

A Psicanálise não tem essa pretensão ingênua de saber tudo e de poder responder tudo. Isso é impossível, achar que uma ciência pode achar as respostas para todas as perguntas do mundo. O que a gente acaba achando são mais e mais perguntas, e algumas respostas. Por isso ciências como a neurociência, tão em moda nesse momento, me irritam, porque acham que todas as respostas estão no lado xyz do cérebro. É uma pretensão achar que um ramo de conhecimento humano possa responder questões tão amplas, tão abrangentes da nossa existência.

A Psicanálise não vai por esse caminho, e sustenta essa postura até hoje. Ter a coragem de seguir por esse caminho não é fácil, é escutar o tempo todo que não é válido, que não é pesquisa, que não mostra resultados, que é abstrato demais, etc. Rejeitar modelos prontos e aceitos pela sociedade e pela academia, já que eles não se mostram válidos em todos os casos, é um desafio constante. Mas, se propomos tudo isso, é porque queremos ir de fato a fundo nos temas, nas investigações, que, como falei anteriormente, geram mais e mais perguntas do que respostas.

Há os que dizem que para pesquisar de verdade é preciso deixar a academia. Hoje em dia a academia se vendeu a turbilhões de regras que mais fazem os pesquisadores e os temas de pesquisa entrar numa massa de concreto, tudo é igual, tudo caminha para o mesmo. Poucos são aqueles que conseguem se desviar desse caminho para trilhar novos desafios, já que isso dá trabalho demais.

É muito fácil se esconder atrás de um título, de uma pesquisa ultrapassada, de uma instituição, e achar que tudo isso te dá direito de fechar os olhos para a evolução, para as inquietações e perguntas constantes da sociedade e das pessoas. Difícil é se atualizar, estar o tempo todo questionando a si mesmo, aos outros, as conclusões de pesquisa e a verdades contestáveis. Principalmente num campo onde não há certo e errado, tudo pode mudar, o que vale pra um, não necessariamente vale para todos.

Se você acha que sabe tudo, é melhor pensar um pouco mais. Se você acha que têm todas as respostas para todas as questões, que bom para você.

Off topic: Sempre achei essa coisa toda de vampiros chata, e a trilogia Crepúsculo pior ainda. A única coisa boa foi a trilha Sonora do primeiro filme. Mas, faço das palavras do @utops as minhas > http://www.utops.com.br/do-crepusculo-da-literatura-da-cinematografia-dos-criterios/